Tudo começou com a constatação de que o melhor amigo dele tinha uma tatuagem de código de barras no pulso esquerdo.
Que tipo de pai ele seria para os meus filhos? Certamente não o tipo que perde uma noite de sono tentando explicar equações de segundo grau, lições de ecologia ou as regras da vírgula. Seria ele um pretendente respeitoso, um namorado fiel e marido carinhoso? Difícil dizer.
Ele até tinha um sorriso convidativo, um jeito divertido e bastante leve de conversar sobre as coisas, mas... Não sei. Não sei se era a imagem do meu pai decepcionado, ou da minha ginecologista preocupada - algo me afastava. Talvez o desodorante exagerado.
E se ele me convidasse para ir ao apartamento dele? E se eu aceitasse, e acontecesse algo - como seria? Ele me traria café da manhã? Ele se resignaria com o fato de que eu só como peito de peru defumado, grãos e leite desnatado? Ele chamaria um táxi? Ele pagaria?
Mas tudo se tornou muito mais hipotético e menos importante quando eu vi que ele mesmo tinha uma tatuagem de estrela no cotovelo.