sexta-feira, 23 de novembro de 2012

se uma árvore cai

Passa um, passam dois
Três e muitos ônibus
E aquele menino
Com o olhar fixo
Não parece esperar
Linha certa ou
Carro vazio.

Deixo-me estar
Pela companhia
De sua paciente espera,
E começo a pensar
Que só quem ali fica
Tanto quanto ele
Sabe o quanto esperou.

Passam todos os ônibus
De todas as linhas
De todos prefixos, todas cores, biarticulados, lotados, ares-condicionados.
E o garoto firme.
Ônibus de outras cidades,
Lotações
- até uma ambulância.

Será que espera alguém?
Uma oportunidade?
Um sinal?
Eu?
Como que me respondendo
O menino faz sinal
A um que vai pro Centro
(como todos os anteriores)

Continuo sem resposta
Pra pergunta
Que só eu perguntei.