quinta-feira, 29 de abril de 2010

I'll get you in the end

e aí eu vou morder o teu rosto e a tua cabeça, vou cheirar cada fio de cabelo teu, vou beijar cada centímetro de pele descoberta, vou te incomodar com as canções mais tenebrosas, te confundir com as ideias mais absurdas, te contar histórias aumentadas mas engraçadas, te esquentar, te abraçar, te sacudir o tempo inteiro, mais pra eu mesmo ver que não estou sonhando...
ah, eu vou adorar cada segundo!

- seja lá o que eu for pra ti, eu quero ser o tempo inteiro.

Rhythm

Boom bap-a-bay-boom
Batabataclavu
Boom bap-a bap-a boom
Batapatapatu


E se não faz nenhum sentido,
É porque tu escutas com o ouvido
Aprende a ouvir com a tua alma
O ritmo do que eu digo;
Escuta aqui comigo
O ritmo da chuva que cai...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

fiz as pazes

Hoje eu acordei sorrindo.
Porque fui dormir sorrindo.
E no meio da noite me acordei sonhando.
Com o teu rosto a me encarar, brilhando.

Quase uma esperança pra um dia bom que viria
E que bom que começou e foi meu dia...
E quando nos despedimos, um beijo me rendeu
- foi o mais doce que alguém já me deu.


E é bem verdade que a cada dia eu me transformo, eu metamorfo, eu me iludo, então mudo tudo e desiludo todo mundo.
... mas eu sempre acordo vestindo o meu sorriso e olhando pros teus olhos.

(então nem te esforça em entender
porque eu durmo de lado
e acordo revirado
só peço pra aceitar)

domingo, 25 de abril de 2010

briguei comigo

Não! Não quero me enganar, me bastam de mentiras! Eu não aguento mais cair devagar. Se é o pro fundo duma cova fria que eu vou, que me joguem logo de ponta, que parem de tortura. Diz que me odeia.

DIZ QUE ME ODEIA!

Que não quer mais saber de mim. Me tira da cabeça, me tira da cabeça, sai da minha cabeça! Brabo, eu brado, como bravo com meu braço abraçado no teu espaço. Que estúpido, acha que sabe o que faz. Diz pra mim, diz que eu sou estúpido e que estraguei tudo em que toquei.
Como Midas ao contrário, acabei com toda a beleza de todos os lugares, com a pureza de todas as pessoas, com a esperança de todos os ideais. Tudo que eu toco dá errado e fica feio. Tudo que eu faço dá errado e fica feio. Eu não aguento mais ser eu mesmo, eu não aguento mais não ser quem tu quer que eu seja...

Me perdoa por ser tão ruim.
Me perdoa por ser assim.

dar bandeira

The Cardigans - And then you kissed me II

"Oh, you, you, it's always you...
The best kisser that I ever knew
True love is cruel love
Not much to be proud of
Nerve-wrecking, acrobatic backwards bend
All for a happy end

- it's a mystery how people behave
How we worry ourselves to the grave
When she kissed me I lost everything
Then I got up and did it again"


eu adoro
o perfume
do
teu cabelo

sentido

Ouvir de verdade é abstrair.
Enxergar de verdade é asbtrair.
Abstrair o zumbido, o inútil, a névoa.

Captar o invisível é enxergar melhor que captar o desnecessário.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

ela é praticamente boa demais pra ser minha.
cuidado

segunda-feira, 19 de abril de 2010

kicking it

lá se vai tudo que eu criei, tudo que investi.
todas as palavras, promessas, olhares, cartas, depoimentos, beijos, abraços, vídeos, fotos, momentos tensos, momentos intensos, momentos engraçados, momentos chatos, momentos infinitos, ideias, planos, convites, papos, apoios, cafunés, noites, dias, meses, anos.

lá se vai o meu amor,

e eu não dou a menor bola...
Cada rosto é um museu
Gosto de visitar o teu.

Por quê?

Você lê, relê, talvez goste ou desgoste. Talvez não ache nada. Mas está aqui, quase fielmente. E (isso é uma tendência) não entende do que diabos eu falo e por que eu falo. Acho que devo uma explicação, ou, mais provavelmente atingível, uma confusificação. Acho ainda que o formato mais adequado e fácil de compreender é uma de uma entrevista, ou de um FAQ. (eu tô rindo alto com a minha pretensão)

Por que o nome atual e por que o nome anterior era tal, e por que ele foi trocado?
Primeiramente, o nome (atualmente) deste espaço é "The fool's hill". Digo isso porque ele pode mudar a qualquer instante, sem aviso prévio. É uma referência completamente óbvia a The Fool on the Hill, dos Beatles. Acho que, de certa forma, eu sempre me senti um pouco aquele tolo solitário referido na música. E, de certa forma, ninguém me escuta, ninguém se importa em não entender o que eu digo, ninguém parece se importar em fingir gostar de mim, e eu não consigo dar muita bola pra isso. Eu acredito no que eu cultivo e eu cultivarei por muito tempo.
Anteriormente, o blog se chamava "La lluvia", o que remetia à minha identificação com precipitações pluviais, nuvens e coisas do tipo. Eu me sentia um pouco espalhado pelo universo, como uma rede que colhia muitas coisas de muitos lugares - e que eventualmente jogava tudo de volta, digerido e recomposto, em pingos refrescantes.
Como eu ando um pouco introspectivo, autista e menos incomodado com o que se pensa por aí, me voltei pro meu lado fool on the hill e estou feliz com isso.

Por que a frase abaixo do nome?
A frase é "Eu quero é que o meu canto torto, feito faca, corte a carne de vocês". A autoria dela é do Belchior, mas eu me adonei dela e tomei a liberdade de mudar um pouquinho (mas sem tirar o contexto). Acho que ela reflete bem o meu objetivo ao escrever, falar, cantar, declamar...

E qual é esse objetivo?
O objetivo de tudo é causar uma reação introspectiva. O real objetivo de eu escrever qualquer coisa é querer que quem leia chegue a alguma conclusão. Não a conclusão que eu cheguei, ou que eu espero que ela chegue - mas a sua própria conclusão, embasada nos seus contextos e na sua subjetividade.
Eu busco, modestamente, causar um mínimo de comoção, um mínimo de emoção, para despertar algo dentro de qualquer um. Busco atingir o potencial de ação de algum leitor atento.

Então o objetivo é simplesmente "tocar" as pessoas? A beleza estética não é um objetivo?
Pode-se dizer que a beleza (ou o que eu considero belo), ou a proximidade da beleza pode ser encarado como um atalho até os sentimentos de uma pessoa. Mas ainda assim, o objetivo é penetrar nas muitas camadas que compõem um ser pensante e culturalizado e aitingi-lo no âmago na questão, se permite a linguagem bizarra.

E quando isso acaba?
No dia em que eu cansar. O que deve demorar.


Em caso de dúvidas, entre em contato. Ou fique com as dúvidas.

tá me fazendo gostar

Eu cansei de tentar rimar, se o meu peito não fala em rima - ele só fala em ritmo. Então vou falar por linhas rasgadas secas, não menos valiosas ou sinceras.

Não houve (e não há) motivos pra eu querer me enganar, nem pra eu querer enganar quem quer que seja.


... mas bate
no meu peito
uma vontade de ser
quem quer que seja
que não seja sozinho.

Grita em meu ouvido,
escreve em minha alma,
pinta em minha pele,
um desespero por ser
teu.

Ferve (e ferve mesmo)
meu sangue, só de pensar em um instante perfeito, expulsando o mundo inteiro da minha mente, enxergando apenas teus olhos (aliás, eu devo uma ode divina aos teus olhos) na frente dos meus - e sem querer ver mais nada
eu não quero mais nada hoje

sexta-feira, 16 de abril de 2010

súbito óbito do débito

Mesmo sabendo que é a coisa errada,
Eu tendo a fazê-lo, quase que buscando uma condenação.

Mesmo sendo uma tremenda enrascada,
Muitos o fazem - e quantos mais 'inda farão?

[cada vez mais próximo do meu ideal libertador antipsicopatológico, crendo na singularidade e não na normalidade. Porque se eu fosse normal, eu seria você, ele, todos - menos eu. Se eu fosse normal, eu não seria vivo. Se eu seguisse as regras, eu morreria de tédio. Inferno. Eu quero é ser mais louco.]

domingo, 11 de abril de 2010

eu sou cheio de vazios

sábado, 10 de abril de 2010

dentro de mim, o belo está

E se alguém me perguntar
De que é que vivo - se é que vivo

Lhe responderei, sem titubear,
que vivo sou e que vivo de pensar
[e sou ainda mais vivo no meu pensar];
que apesar de não saber, de não poder contar
sei que estão lá, como ovelhas ao relento
as ideias no meu pensamento
- e como seu pastor,
as zelo com amor.

imaginação é o poder de desenhar
com cores e tintas que se cria
a imagem de um luar
embora ainda raie o dia

e embora ainda raie o dia
a noite há de chegar
e por saber que ela viria
imaginei saber raciocinar

[
penso dever pedir perdão
se te soam minhas descobertas
com certo ar de pretensão
é que me fazem tal sentido, me dão tal compreensão
que só podem estar certas.
]

agora voltando ao devaneio,
admita ser difícil conceber
um cérebro demasiado cheio,
recheado de saber,
entupido de lembranças.
isso porque a mente
de aprender não se cansa;
maravilha incoerente!

ideias são pedaços de verdade
mesmo que verdade parcial
verdade de apenas uma metade
mas uma verdade, afinal!

e se as ideias não dão certeza
se não falam uma só linguagem
e se ainda somem feito miragem...
- é aí que mora a sua beleza

pois fáceis por fáceis
já me bastam as palavras - incompletas, vazias, cegas-mudas cúbicas;
quanto às ideias
eu as quero tão difíceis quanto únicas

todavia, no entanto. não obstante. entretanto

Embora eu saiba que nada vá ser perfeito; embora eu saiba que a paixão vá acabar, que a luz vá diminuir, o calor vá esfriar. A desconfiança chegará, as palavras não dirão o que eu espero delas. Os olhares não se cruzarão com tanta frequência, e nem com tanto desejo. Embora eu saiba que tudo vá mudar, e não só a lua, a maré e o meu humor; embora eu conheça e reconheça todas as possibilidades de tudo que pode dar errado (e provavelmente dará),
eu ainda assim quero tentar.
Vamos?

terça-feira, 6 de abril de 2010

pronto! II e derradeiro

Eu quero é ser igual a mim. Copiar a minha originalidade.

Meus trejeitos são perfeitos. Dizem o sujeito de que sou feito e de que jeito.
Minha língua é afiada, envenenada, e só fala de mal e bem. Para falar de coisas à toa, falar dele ou dela, procure a de outrem.
Meu corpo é uma extensão, é um empréstimo, uma alegoria ao que deveria estar escrito na frente do que quer que eu fosse.
Meus olhos nunca fintam o nada - podem fintar o infinito, mas nunca o nada. Meus olhos não fecham, meus olhos não piscam. Não são faróis ou janelas, são declarações das mais singelas.
Minha mente é compulsiva; ela corre, para e volta, dá a volta e vai de novo. Pensar demais, se fosse um defeito, eu o teria.

O ar que eu respiro me basta, se ao lado meu tu respiras.

Eu, seja lá o que for, eu sou feito para ti. Para estar junto de ti. E não me bastam palavras, não me bastam canções, ritmos, rimas ou ações, pra dizer o quanto eu te amo.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

/|\

Amor sem respeito não é amor.
Amor sem paixão não é amor.
Amor sem admiração não é amor.


Amor sem respeito é relação de humilhação, subordinação. É uma relação desigual, vertical, em que um monta nas costas do outro e o domina. O respeito é o contrato que impede a traição, a mentira e todo tipo de artimanha e enganação.
Amor sem respeito não é amor. É um de pé e outro de joelhos. Como foi da terceira vez...

Amor sem paixão é uma amizade retumbante. É amor de irmão, de colega; amor solidário, que dá a mão mas não os lábios. Amor sem paixão é morno, requentado e sem sal. Como foi da segunda vez...

Amor sem admiração é uma disputa. Um ocupa o espaço do outro, e ambos se degladeiam sem objetivo algum, buscando expandir suas fronteiras de influência. E, no amor de verdade, essas fronteiras são invisíveis, mas existem - e são cumpridas. Aqui, os amantes sobem um nas costas do outro, mais para empurrá-lo para baixo que propriamente para subir mais alto. Amor sem admiração é uma queda de braço. Como foi da primeira vez...


O amor só é pleno e sustentável se possui o tripé bem equilibrado e com boa manutenção. Não adianta tentar compensar a falta de admiração com o excesso de paixão - o tempo há de cobrar o seu preço.

Por isso, escolha bem, de olhos abertos, para não ter que escolher de novo, e de novo, e de novo...

domingo, 4 de abril de 2010

nada banal


eu acordei sentindo muito.
eu sinto mais que muito.
eu não quero viver no arrependimento, eu não quero viver no vácuo do que poderia-ter-sido-mas-não-foi
eu não quero viver de lembranças, desesperanças e fotos rasgadas.
- mas eu respeito o que um dia foi a coisa certa a se fazer.

guinada

I'll probably make you cry
just for the hell of it

e eu nem vou precisar mentir, eu vou ser sincero. isso é o mais estranho. é inexplicável o saber de todos os atalhos. como uma flecha fulminante assassina eu sigo uma trilha predeterminada, já aberta por outro desbravador qualquer, mal-esquecida por quem quer que tenha sofrido...




e eu já nem sei do que queria falar, porque só sei pensar é nela.