sábado, 10 de abril de 2010

dentro de mim, o belo está

E se alguém me perguntar
De que é que vivo - se é que vivo

Lhe responderei, sem titubear,
que vivo sou e que vivo de pensar
[e sou ainda mais vivo no meu pensar];
que apesar de não saber, de não poder contar
sei que estão lá, como ovelhas ao relento
as ideias no meu pensamento
- e como seu pastor,
as zelo com amor.

imaginação é o poder de desenhar
com cores e tintas que se cria
a imagem de um luar
embora ainda raie o dia

e embora ainda raie o dia
a noite há de chegar
e por saber que ela viria
imaginei saber raciocinar

[
penso dever pedir perdão
se te soam minhas descobertas
com certo ar de pretensão
é que me fazem tal sentido, me dão tal compreensão
que só podem estar certas.
]

agora voltando ao devaneio,
admita ser difícil conceber
um cérebro demasiado cheio,
recheado de saber,
entupido de lembranças.
isso porque a mente
de aprender não se cansa;
maravilha incoerente!

ideias são pedaços de verdade
mesmo que verdade parcial
verdade de apenas uma metade
mas uma verdade, afinal!

e se as ideias não dão certeza
se não falam uma só linguagem
e se ainda somem feito miragem...
- é aí que mora a sua beleza

pois fáceis por fáceis
já me bastam as palavras - incompletas, vazias, cegas-mudas cúbicas;
quanto às ideias
eu as quero tão difíceis quanto únicas

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