segunda-feira, 25 de julho de 2011

Venhe nãovém.

Ela diz que vem.
Abro as janelas. Tiro os copos e pratos da mesa. Bato o pó do sofá. Arrumo a cama. Varro o chão.
Cada centímetro cujo destino é ser habitado por ela tem que estar impecável.
Cada almofada afofada, cada quadro endireitado, cada roupa dobrada no armário...

E ela diz que não vem.
Fecho as janelas.

domingo, 17 de julho de 2011

sete horas

Eu tinha sono. E bebera demais, admito.
Deitado na cama; meus olhos insistindo em fechar. Permaneciam abertos por pura determinação.

Abracei forte meu bichinho de pelúcia. Quente, de pele tenra e macia. Ternura. Você.
...
Acordei semanas depois, amarrado no mesmo abraço. Quente, de pele tenra e macia. Sorri. Você de novo.

sábado, 9 de julho de 2011

bailarino

Vivo na ponta dos pés.
Como bailarino.
Como menino espiando no muro.
Como homem fingindo ser grande.
Como velho procurando livros numa estante empoeirada.

Vivo na ponta dos pés.
Enxergo mais longe,
Pulo mais alto;
Com o coração acelerado no peito,
Estou sempre pronto para dar um passo à frente.

Não tenho pé de apoio!
Não tenho passos pra trás
Ou caminhar-devagar.
Tenho sede de chegar. Ver.

...
Mas me perguntaram outro dia
Respondi com agonia;
Que vivendo na ponta dos pés,
Com meus pensamentos no ar,
Sim!, até o menor revés
É capaz de me derrubar.

sem título sem nome

Pensava ser um palhaço.
Mas era apenas um tolo.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

minha

ela era impenetrável como bolha de sabão,
triste como criança no natal,
simples como um labirinto.

e era minha. minha como tudo mais que não tenho.