segunda-feira, 29 de março de 2010

Writ II

eu nunca mais farei
o que eu fiz um dia:
fingi que era lei
fingir que não te via

domingo, 28 de março de 2010

corny

You know I can't sleep beside you,
you know I can't close my eyes...
I know you wanna kiss me too,
I know you can't stand the lies we tell

we know they'll never understand
they'll never take me as your man

Are you ready to move on?
Are you willing to be mine...?

domingo chuvoso

Pensando de certa forma, ouvindo os acordes e as palavras corretas em uma ordem e em um ritmo convenientes, mergulhei em uma cadeia de pensamentos talvez não muito originais, nem muito impactantes - mas eu nunca disse que seria original ou impactante.


A busca por uma resposta satisfatória às questões da vida nos remete a diversos caminhos, diversas escolhas filosóficas/religiosas, que vão moldando (e sendo moldadas pelo) nosso entendimento e nossas crenças. Aliás, convém relembrar o que é acreditar, o que é crer:
Acreditar - ter fé, autorizar, dar crédito
Crer - dar fé a algo, julgar, supor, ter para si.

Interessante notar que em ambas definições - e especialmente em "crer" - não se apresenta uma certeza, um saber incontestável. Crer não é buscar uma resposta. Crer é contentar-se com uma explicação apresentada, que exprime aquilo que o sujeito espera e demonstra certa lógica funcional.
Pois se crer não está relacionado com uma busca, não está relacionado com o movimento da busca; logo, o ato de crer não impele o sujeito a descobrir mais (em especial porque muito provavelmente novas descobertas desvalidariam a crença anterior). O ponto é: acreditar em algo impede a existência um pensamento crítico, impede o surgimento de novas verdades comprováveis e leva à estagnação.
Obviamente, o termo crer (e as consequências de crer) não se aplica somente à religião. O senso comum é uma forma de crença. Uma crença na lógica da maioria, que nem sempre corresponde à sistemática das situações reais.

Baseado em crenças e em fé, a tendência é de um homem contente consigo, com suas respostas e com seu "conhecimento" (ele pensa saber a verdade). Esse homem não buscará provas, não buscará resoluções, fórmulas, teorias explicativas, experiências etc.
Insisto no ponto crítico de que crer não é saber. Crer é ter para si. É uma verdade íntima, subjetiva, de difícil (ou impossível) comprovação.

Outro ponto interessante é a fragilidade de qualquer crença. O surgimento de todas as religiões e teorias envolve um pensamento lógico. A história clássica do cristianismo (como exemplo palpável) é lógica - ela faz sentido, não se contradiz. Todas as histórias contidas nos livros e na mente dos crentes são histórias possíveis, com gente que parece de verdade, com atitudes realistas e um grande apelo popular. Ou seja, é possível encarar essas histórias como sendo verdadeiras, se deixarmos de lado a ideia de buscar fontes confiáveis, dados históricos etc.
No entanto, tão lógicas e encadeadas quanto os contos do catolicismo, são as bases do Pastafarianismo, ou crença no Montro do Espaguete Voador (http://pt.wikipedia.org/wiki/Flying_Spaghetti_Monsterism). Lendo e relendo toda a história do Monstro do Espaguete Voador (doravante chamado de FSM), é possível notar a lógica e a força embasadora do seu discurso. Se crer é ter para si, não é viável impedir que alguém tenha para si que o FSM criou o Universo, começando com uma montanha, árvores e um anão. As histórias do FSM, de Jesus e de qualquer outra religião têm o mesmo poder e a mesma força. Nenhuma delas se apresenta acima ou abaixo de outra, numa escala medindo quão verossímil é a teoria. Pois se é a fé que sustenta cada uma delas (e é apenas a fé), então a fé, como matéria subjetiva que é, não pode ser minada ou criticada - apenas respeitada.

Isso não é um manifesto antirreligioso.

tá me rescuando ri, eu rio junto

Beijo que queima, que arde, que pede pra ser beijado. Mistérios bem escondidos atrás de um sorriso. Enigmático. Tentador. Genuíno. Original. Único, perfeito, alegre, o que eu quero pra mim!

Conversas infindáveis sobre os mais levianos assuntos. Das cicatrizes da vida à irresistibilidade de um e do outro. Da minha fraqueza, da tua superação; das minhas conquistas, das tuas derrotas...

Briguei comigo mesmo para fazê-lo, mas agora feito, parece a coisa certa. Tê-la feito é só umas das barreiras rompidas que nos levam a grandes saltos.

Eu juro de pés juntos, eu posso fazer dar certo. Para sempre, para o tempo que durar - mas, especialmente, certo agora.

quinta-feira, 25 de março de 2010

pelos cotovelos

Conte-me do seu dia, fale mal do chefe, do professor, do cobrador do ônibus. Reclame do preço do arroz, do formato das portas, do jeito como as pessoas sempre nos julgam, do gosto da comida do restaurante barato onde você almoça todos dias... Desconte em mim todos os problemas do dia, da semana, da infância e das vidas passadas. Diga quão mau seu pai era, como sua mãe não deixava você repetir a sobremesa, ou como seu irmão sempre bateu em você...
Esteja braba, furiosa, irritada, e me conte tudo. Fale, fale, fale muito. Mesmo que braba com o mundo, com o cabeleireiro e com o seu ciclo, me conte tudo que puder.
Não pare de falar! Se acabarem os seus assuntos, fale de futebol, de política, de religião, de economia - mesmo que não entenda nada de nada.

Apenas peço que me perdoe por não me deixar contagiar com tua irritação - eu só quero mesmo ouvir tua voz...

segunda-feira, 22 de março de 2010

do lado de dentro

Atrás do giro do cíngulo, perdido em algum lugar no sistema límbico, recebendo bombas incessantes de hormônios, impulsos (nervosos) irrefreáveis... sudorese, nervosismo, medo, insegurança, plenitude (...) conferidas pelo trabalho incansável da amígdala, do hipocampo e (até mesmo) do hipotálamo.

Escondido atrás do septo, fingindo que é este que a controla, fingindo acreditar em toda essa parafernália neuroanatômica, em todo esse engodo determinista e anti-humano por definição...

De fato, fora de qualquer livro que comece com "neuro" ou termine com "funcional", fora de qualquer guia que qualquer médico há de ler; fora de qualquer enciclopédia; longe do conhecimento humano, por sua extensão, sua força e persistência - ali jaz o amor. O meu amor. Por ti.

domingo, 21 de março de 2010

por cima do ombro.

Pro inferno com o lirismo, com o comodismo, isso-aquilismo! Pro inferno comigo.
Sentimentalismo, melismo, charminho e palavras doces. O fim vai desabar logo, e eu quero ter sido eu mesmo. Não uma metáfora, não uma analogia, não uma piada ou uma convenção social. Não quero ser um sucesso, um estouro, um párea, um criminoso ou alguém a ser admirado. Não quero ser nada mais que eu mesmo, seja nada, tudo ou muito pouco - tendendo a ser a última.
Não quero ter saídas, ter caminhos a escolher. Não quero ritmos, respirações apressadas, nostalgia, músicas-de-amor, dores, sofrimento, calor; não quero aspirar a nada. Nada mais nem nada menos. Porra, eu só queria ter sido teu...

tá me restando... tô também.

De que me adianta toda a graça, todas as palavras, todos os métodos e antídotos? Os olhares, assuntos, sonhos...? Tudo que eu sei que sou - tudo que dizem que sou -, nada basta. Nenhuma segurança, nenhuma certeza aguenta isso.
De que me adianta toda a aprovação do mundo, se os únicos olhos que desejo me fintam com desprezo? A minha confiança termina onde começa teu olhar...

quinta-feira, 18 de março de 2010

r e começo

Eu não sei se eu senti errado,
Mas eu acho que é de verdade,
Que mesmo andando de lado
Eu achei minha metade.

É só uma dica
E bem superficial;
Aqui ela fica
- não a leve a mal.

"
Não dite regras, não invente um jogo.
Não dite regras, eu fico louco.

Ande para frente, dando-me a mão.
Seja positiva, de mente e atitude:
Diga sim, mesmo que seja não.
Nunca fuja; nunca nunca mude.

Eu? eu não sou dramático
Comigo não há briga
Não há truque mágico
E nem por que torcer e fazer figa

Sou de uma e uma de mim:
Divisão simples, sem resto.
Traições, mentiras, dúvidas enfim,
É tudo muito falso - e eu detesto...

Eu só quero companhia
E alguém par'abraçar
Contigo, eu os teria?
É só dizer hora e lugar!

Não me mude,
- não creia eu vá ser alguém que nunca fui
E nunca pude

Eu sou torto de nascença,
E minha dor é me ajeitarem
Como se fosse uma doença:
Então peça que eles parem!
"

quarta-feira, 17 de março de 2010

provável plágio

Uma porta se fecha. Outra se abre.

Destinos, futuros, etc. são feitos de escolhas e de circunstâncias. Uma ótima metáfora é imaginar uma estrada:
siga pela estrada, confiante. Acelere até seus limites. Sinta-se à vontade para testar sua velocidade nas curvas, aclives, declives, sinuosidades...
É lógico que, eventualmente, o caminho à frente se fechará subitamente. O desespero o afogará momentaneamente. Surgirão dúvidas, contestações. Você pensará nos porquês de a estrada ter-se fechado, logo agora que você acelerava tão convicta e ousadamente! No momento em que você mais precisava daquele chão, ele o terá enganado, o terá traído! Você não confiará jamais em estrada alguma...

Eis que surgirá (fato óbvio e cristalino), timidamente, em um dos lados, um novo trecho de estrada. Um caminho roto, empoeirado, arriscado - mas um caminho novo.

A dúvida (ou melhor seria, a não-dúvida) se relaciona a seguir na insistência do sentimento de injustiça, ou na tomada de uma nova atitude, uma nova direção, mesmo que levando a um lugar inóspito, perigoso, desconhecido.
Eu vou sempre tomar os desvios.

segunda-feira, 15 de março de 2010

virado

É o fim. Pé no chão.
Acabou meu suplício.
Hei de ser sempre eu, sempre tão
Diverso do início.

Pelo sim, digo não,
Não trabalho com isso;

Com um sim, ou um não
Caio no mesmo abismo,
De uma rima que não rima,
Uma pedra lascada,
Que de tão torta e de tão má me corta os pulsos, as veias, e logo o coração.

Não me diga nunca "não",
nunca "não haverá razão
para eu mentir
que eu gosto de ti,
se gosto é de sofrer
na mão de quem me joga pra cima"
feito boneca de pano, que de bela se guarda, mas que de usada não se ama - como se fosse mais nova.

Rima torta, essa rima não rima
Vou pé, de joelhos,
Vou pagar a promessa;
O que pedi, lá no alto do morro, foi que me amasse e me fizesse feliz para sempre;
de todos os jeitos e a todo momento,
ou que me deixasse de vez.
(e eu te deixei, foi de vez)

A minha rima não rima, o meu carro não pega, a minha mãe que não chega, e o feijão só aumenta. a comida tá pronta, então cadê minha rima...?

essa carta era pra ser tão curtinha, tão singela; era minha e era bela, mas no fim o que eu tinha era dela, e agora só me resta, só me resta, só me resta, dessa vez, te chamar de rainha... e te chamar de cadela.

e esse fim que não chega? mas um final eu deslumbro! uma moral, ali escrita no muro; de batom, de marrom; pra geração que vier... comer o amor de colher.

moderno é amar. de novo. e de novo. e daí é que acaba. e recomeça.
de rima tão torta e aguda, eu sou sempre diferente. o dia troca, a gente muda.

domingo, 14 de março de 2010

mude(i)

Tu tens um certo talento. Fazes com que me sinta o pior de todos. Dissimulado, sujo, cruel, enganador.
Ela tem um certo talento. Faz com que me sinta voando alto, como uma nuvem. Diferente, único, especial, digno de uma conversa a mais.

Tu tens um olhar de reprovação a cada ato meu. Sinto-me uma criança sendo educada.
Ela tem um olhar suave, leve, mas cheio de significado. É difícil não se sentir amado.

Tu reprovas minhas escolhas, sem nem pensar nos meus porquês, na minha mente, no meu ver.
Ela não me julga. Permite-me ver tudo como vejo - e tenta ver do mesmo jeito.

Tu me falas das coisas que faço errado; de quanto discordas do meu jeito de ver a vida.
Ela me fala da beleza e da complexidade de cada momento e de cada atitude.

Tu não és nada mais que o passado - uma lembrança escura e pesada.
Ela é um futuro iluminado; um pássaro que plana despretensiosamente sobre as páginas que 'inda hei de escrever...

quinta-feira, 11 de março de 2010

olhando pra dentro

Eu ando sem jeito pra falar; pra planejar, pra fazer e pra fingir que fiz sem querer.
Eu ando sincero demais, direto demais, imprevisível demais. Ando impossível, ando insuportável; ando melancólico, alegre - saudável e doente. Ando deveras dicotômico, paradoxal e incompreensível. Ando difícil demais.

Eu ando eu demais.

a lei além

Eu resolvi me libertar. Ser eu mesmo.
Não vou mais chorar a tua ausência, se não desejas a minha plenitude ao teu redor. Fica com quem mereces, se não fores boa o bastante para merecer ficar sozinha.
Dias, meses e anos - todos recheados de horas e minutos infindáveis - pensando em ti. Pensando em todas as possibilidades, todos os diálogos, todos os sinais. E tudo em vão. Tu não me queres. E eu tenho que viver com isso.
Irrecorrivelmente, tenho que querer outra pessoa. Tenho que buscar o teu olhar em outros olhos. Buscar o teu sorriso em outros lábios. O teu beijo que nunca veio...

Obviamente, nunca serei tão feliz quanto seria contigo. Nunca serei tão apaixonado quanto sou por ti. Nunca acreditarei tanto no futuro se não for contigo. Isso, no entanto, não me impede de viver todo pedaço, toda fração, todo pixel da minha vida como uma imagem complexa, completa e colorida: uma foto de um momento pleno e sincero.

É o que eu quero. É o que eu dito. Sinceridade e plenitude, caminhem juntas na minha vida. Ideias em que acredito, crenças, ideais... Levem-me aonde for, mas me tirem daqui - me tirem de perto dela.

sexta-feira, 5 de março de 2010

análise das entranhas

O segredo é deixar acontecer como se fosse natural, sendo que tudo foi milimetricamente calculado e planejado. Cada palavra tem um porquê. Cada gesto exprime uma intenção. E elas são as piores possíveis, de ambos os lados.

Depois, repetir até a quase-exaustão. Então, servir-se de orgulho e alegria por tudo de bom que fazem juntos - e com tamanho desprendimento! Quem diria que dali poderia brotar uma relação perfeita, em que os dois se fazem companhia quando é do interesse de ambos, mas em que não há cobrança nem mau-humor? É brilhante!

Eis que surge a primeira faísca de ciúme, de compromisso, de prisão e de limitação. E, junto com ela, surge um consentimento consciente, motivado pelo gostar. Daí para frente, o resto é uma bola de neve que tende a estourar na primeira árvore que encontrar.

Seja sincero. Ame profundamente. Adore. Goste. Seja indiferente. Mas seja sincero.

quinta-feira, 4 de março de 2010

não entenda

Não importa o que eu faça, eu caio sempre na mesma rede. É completamente inútil atribuir ao destino, ao acaso, a Deus ou à sorte: é sempre tu que me mostras a hora de mudar. E eu quero mudar, eu quero ser diferente, ser novo, belo e radiante - contigo. Quero amar estupidamente; sofrer por amor, chorar de amor, tudo aquilo cujo gosto se perdeu na imensidão de tentativas de recuperar o que eu nem tive...

Eu te quero mais que nunca. E, mais que nunca, estou disposto a te conquistar. Com estratégias quase militares, eu vou cercar os teus caminhos, aprender a ser quem tu gostas, e te mostrar que é de mim que tu precisas.
Que me custe os olhos, a mente, a sanidade ou os pequenos e esparsos raios de lucidez que a mim cabem. Eu vou viver de amor. Morrer de amor. Amar do jeito que necessário for, no momento que for possível...

Não ligo se jamais puder escrever outra palavra - eu quero mesmo é desaprender a falar de tristeza.

terça-feira, 2 de março de 2010

love is all you (should) need

It took me a long time but now I realize I did love you.

Love lifts us up where we belong