Tudo que um dia quis foi te libertar, foi fazer com que tu te tornasses livre, bela, segura e independente. Tudo que é livre é mais belo; tudo que é seguro de si é mais livre; tudo que é independente se torna mais seguro...
Mas se tu gostas da tua prisão, quem sou para dizer que estás errada? Pois que se dane a minha certeza, se a tua te cega a ponto de não me entender...
Não quis te aprisionar, não.
Desejava-te puro amor, não posse ou inveja.
Queria-te amada e querida - como sempre serás.
Eu sou quem tu és. Eu sei quem tu és - nós somos o mesmo, só que eu sei o que eu sou, eu sei o que eu quero, e eu sei como eu vou conseguir.
E, juro, pelo ar que respiro: eu vou conseguir - quando parar de pensar em ti e por ti.
E, quando o dia chegar (e falta pouco, creia), eu vou rir. Vou rir; liberto, sincero, honesto. Não, eu vou gargalhar, vou ter contrações, vou espumar. Vou ser eu - sem ti, só eu.
Vou ser todo amor - para mim. Vou ser todo ouvidos - para mim. Vou ser todo olhos, pêlos, nariz, mente, corpo e coração - para o mundo e para mim, é bem verdade.
Terás perdido, então, a chance de ter a mais fantástica saída, o mais maravilhoso desatino, o mais extraordinário surto - uma paixão correspondida.
Pois se uma carta não é uma carta se não a assinamos e não a endereçamos,
então sou tua consciência, e tu és o coração.
Eu sou quem pensa, quem entende e quem nos mexe,
tu és quem nos prende neste morno eterno - neste mar torturantemente pacífico e repetitivo.
A culpa é tua! - o azar que é meu.
O futuro, que era nosso - de quem o queria,
Simplesmente foi-se, morreu;
O presente é que se impõe, dia após dia...
Desisti, desfaleci sob a porta fechada,
Que segue fechada, coitada.
E o conciso sou eu, a hermética é ela, e o fim é do nada
Pois nada houve, nada consta.
Houve amizade, houve conversa,
Houve paixão, e uma paixão perversa!
Houve amor, um proto-amor de proveta,
Amor que será esquecido no fundo de uma gaveta
É o fim, o fim do nada, o fim de tudo-que-poderia-ter-sido-e-não-foi
Mas nada houve, nada consta.
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