Eu vinha de ônibus. Encolhido de frio, passei a manga do casaco na janela para enxergar lá fora. Foi quando olhei pra dentro.
Olhei pro meu assento. Lugar de sentar. Que horror!
O ônibus parou. Na parada do ônibus, desci.
Olhei para a avenida. De indas e vindas. Desespero.
Em um só olhar, mirei.
Pessoas, coisas, lugares!
Lugares. Funções para lugares.
Não havia lugares sem função e nem funções sem lugar determinado.
O café na xícara. O pires na mesa. O homem na cadeira. A cafeteria do bairro chique.
Sem conseguir me identificar com esse mundo, corri para a calçada.
Uma manada de sapatos, todos bem calçados, passava veloz.
Aquele dia, caminhei descalço pela calçada.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
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