O que é sincero? O que é ser honesto com alguém, ou mesmo consigo? Enganar os outros quando nos enganamos também - isso é ser desonesto?
Por que estamos sempre inseguros e incertos sobre o presente e o futuro, nos abraçando ao passado como certeza e segurança? O desconhecido e o encoberto são assim tão assustadores? Pois são. E o passado é assim tão reconfortante? A mornidão do que já passou nos traz, de fato, algum conforto? Ou é uma armadilha da nossa mente e da nossa relação, nos levando a viver de nostalgia requentada?
O medo do desconhecido é uma prisão a certezas frias e, paradoxalmente, incertas. Enganamo-nos com nossas memórias. O belo é mais belo depois de um dia. O bom se torna ótimo, e o ótimo se torna perfeito. O mau se torna sustentável, o absurdo se torna tolerável - e continuamos nos enganando e nos prendendo a realidades inverdadeiras.
Um novo CD, um prato diferente, um novo amigo, um beijo mais doce e misterioso. São tomados como tentações a que se deve resistir. A certeza do momento anterior é maior que a curiosidade de agora, e é muito maior que a liberdade que julgamos possuir. Não há relação humana que não envolva supressão e desapego a liberdade. E é aí que somos desonestos. Mentirosos. Enganamo-nos e pensamos que não. Confundimo-nos e não percebemos.
Enganamos então os outros. Com nossas falsas certezas, forçamos que tenham também certezas tão firmes quanto as nossas. Exigimos que sejam nossos cúmplices, e aí somos todos tremendamente desonestos. Somos cruéis e cegos. Ou somos vítimas da desonestidade das nossas relações?
Por que estamos sempre inseguros e incertos sobre o presente e o futuro, nos abraçando ao passado como certeza e segurança? O desconhecido e o encoberto são assim tão assustadores? Pois são. E o passado é assim tão reconfortante? A mornidão do que já passou nos traz, de fato, algum conforto? Ou é uma armadilha da nossa mente e da nossa relação, nos levando a viver de nostalgia requentada?
O medo do desconhecido é uma prisão a certezas frias e, paradoxalmente, incertas. Enganamo-nos com nossas memórias. O belo é mais belo depois de um dia. O bom se torna ótimo, e o ótimo se torna perfeito. O mau se torna sustentável, o absurdo se torna tolerável - e continuamos nos enganando e nos prendendo a realidades inverdadeiras.
Um novo CD, um prato diferente, um novo amigo, um beijo mais doce e misterioso. São tomados como tentações a que se deve resistir. A certeza do momento anterior é maior que a curiosidade de agora, e é muito maior que a liberdade que julgamos possuir. Não há relação humana que não envolva supressão e desapego a liberdade. E é aí que somos desonestos. Mentirosos. Enganamo-nos e pensamos que não. Confundimo-nos e não percebemos.
Enganamos então os outros. Com nossas falsas certezas, forçamos que tenham também certezas tão firmes quanto as nossas. Exigimos que sejam nossos cúmplices, e aí somos todos tremendamente desonestos. Somos cruéis e cegos. Ou somos vítimas da desonestidade das nossas relações?
misteriosamente, teu layot me lembrou o meu flog (eu mudei as cores e tal). só que mais orange. - eu juro que não queria começar assim.
ResponderExcluirwell, segundo uma comunidade do orkut (ótima referência, por sinal), "sinceridade não é dizer tudo que se pensa, mas acreditar em tudo que se diz". acho que o medo do futuro se justifica no fato de esse não ser palpável, como as memórias que por vezes tranformamos em boas e ruins (e reformulamos essas classificações de acordo com nossos desejos momentâneos). acho que, uma vez vítimas de nós mesmos, não somos exatamente cruéis ou desonestos. se houvesse um modo de mudar isso, talvez minha opinião fosse outra... mas, ao que tudo indica, é só mais um ciclo. acho que todo passado, por pior que seja, traz respostas - que nós modificamos de acordo com nosso humor. o futuro responde as perguntas do presente.
...ok, sinceramente eu sinto que me falei besteirinha. até porque eu mesma não acredito que nosso medo do que é desconhecido seja assim tão inocente. depois de deitar a cabeça no travesseiro, acho que vou poder comentar algo melhor.
de qualquer forma, já te disse o quanto gostei do que tu escreveu (e do próprio blog).
um beijo. :)
acho que a verdade não é reta, não é simples. tem tantas verdades quanto sentimentos, de modo que cada um sabe até onde vai a própria sinceridade :D
ResponderExcluirSuper complexo isso, e bã, tu escreve muito bem!
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