terça-feira, 29 de setembro de 2009

1040 d.C.

sou um conde,
subo um monte,
vivo a andar,
sem jamais chegar,
a qualquer espécie de lugar.

ando a pé, ou ando montado,
fumo cigarros, charutos ou cordas,
fumo meus sonhos. sem filtro. até a ponta.
ando sozinho, ou juntinho,
de pé ou sentado.
como passas, frutas e tortas,
como minha vida. sem garfo. até a semente.
como eu mesmo, como quem sou,
autótrofo assim,
hierarquicamente,
pois é só minha mente
que come o que resta de mim.

luto com escudos e espadas e calças,
luto com escudos e espadas falsas,
porque luto a minha luta no luto de quem luta consigo
travo uma peleia contra o dono de mim, que acontece de ser eu mesmo
que vivo a esmo
sonhando quem sabe um dia encontrar-me comigo
e viver uma história,
dessas bem bonitas,
cheia de vitórias,
de véus e de fitas,

perdoe-me se rimas ricas
não são meu forte,
eu busco novas dicas,
as busco de sul a norte,
mas não há quem me ensine,
quem me mostre o que rime...


me despeço do que chamo, clamo, tramo, grito e exclamo
eu mesmo, eu me amo.

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