sábado, 21 de novembro de 2009

platônico latente (em crescendo)

Excetuando-se os milagres, viver é mesmo um saco.

É sempre alguma desilusão - pequena ou grande. É sempre esperar que ele faça isso, que ela faça aquilo; ou que diga a frase perfeita, as palavras que queremos ouvir. Ou que sinta o que sentimos.

Mas nunca é assim. Há, de fato, um universo entre as pessoas. Há milhões de camadas separando cada um de nós, tornando-nos impermeáveis e incompreensíveis.


Excetuando-se as alegrias, apaixonar-se é mesmo triste.

Amor platônico é um amor errado - pois está fora do sujeito (o que ama). Amor platônico é mau por definição. É amor às avessas, pois não se realiza - e amor de verdade é o que se faz, não o que se pensa. Amor errado; ferida que, lambida pela língua de outrem, não há de sarar.
É triste, e não tem saída. Não tem fim. Não, não tem. Há de carregá-lo até o inferno, até a última cinza que há de ser queimada. É cruz, é fardo; uma penitência.
Perdoa os que amam, pois eles não o fazem por gosto. Fazem porque é sua missão. Fazem porque é o que podem. Fazem. E seu fim já há de ser amargo. Portanto condoa-se do miserável, que já perdeu seu sono, sua alma e seu afeto.
Perdoa-me se não soube ver antes.

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