quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

descisão.

O assunto pesava sobre os dois.
Era o tipo de decisão que não se toma, mas que se segue.
Era o tipo de conversa em que palavras não deveriam ser necessárias.
O sol ia-se aninhando entre os prédios da cidade, onde permaneceria escondido até o outro dia.

Calaram-se por poucos longos instantes.
Ele desviou o olhar, mirando desinteressadamente a luz vaga e tremulante de um ônibus que vinha de longe, pela avenida. Logo, voltou a observá-la, procurando uma resposta (um sinal, uma segurança... uma pergunta que fosse!) no seu rosto. Mas ela fitava longamente o céu com um ar indagador.
Pensou em perguntar o que ela olhava, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, já via seu próprio rosto novamente refletido nos olhos dela. Ela sorriu com um canto da boca, apontando para o céu:
- Achei que fosse uma estrela, mas era um avião.

Ali acabou a conversa. Sem palavras.
Ali começaram a seguir sua decião. Sem tomá-la.
(era uma estrela, mas isso não interessa)

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