Eu não sei o que faço, tu em mim
Não sei aonde vou - tu vais comigo;
Não sei acordar, não sei sonhar, nem sei mais me iludir;
Não sei pra onde olhar - tuas roupas no meu armário, tua foto na minha parede.
Não sei. Não sei.
Não sei mais me portar - tu olhas pra mim;
Não sei como explicar - tuas idéias em mim;
Não sei como escapar! - teu cheiro em mim...
Seria melhor se tivesse o gosto azedo
Da perda inevitável;
Pior mesmo é o gosto seco e indefinível
Do eco.
Um eco silencioso,
Como uma pedra que cai depressa
Em um buraco sem fundo.
Como um grito de socorro
Que nunca foi gritado.
- socorro! A pedra sou eu!
Ecoas em mim, em cada atitude
Em cada olhar, em cada aroma novo ou conhecido;
Não há lugar que olhe que não estejas a me olhar.
Me olhas de dentro de mim mesmo.
Me olhas com expressão de nojo, espanto e infinita tristeza.
Infinita tristeza.
Infinita tristeza.
Infinita tristeza...
E se me pesam rostos boquiabertos,
Com olhos espantados,
Orelhas em pé
(falsos confidentes, ludibriam-me habilmente,
tal qual esperando que o urso saia da toca),
Línguas afiadas:
"O que houve?"
Não sei. Não sei.
Só sei que não deveria ter havido.
domingo, 19 de setembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Muito bom esse texto. Eu realmente gostei muito. Acho que tu foi feito pra escrever e está se aprimorando.
ResponderExcluirAcho que os pouquíssimos comentários que eu recebo deveriam ser assinados! ehehe
ResponderExcluir