A música de fundo ora aparece, ora some - ela não é o mais importante nessa cena.
A luz, tímida, forma sombras alongadas a partir dos dois corpos: é como se eles posassem em movimento, assistindo suas figuras na parede - mas isso não é o mais importante nessa cena.
Os sons, as poucas palavras, a respiração dos dois: uma sinfonia intrincada e melódica, regida pelos movimentos precisos embora espasmáticos dos dois corpos - isso ainda não é o mais importante nessa cena.
A complicada dança (se é que se pode chamá-la assim) sincronizada dos dois embala minutos, horas, eternidades consecutivas - pois é isso que parece durar aquela noite...
Nada que se possa comentar, delimitar ou explicar interessa tanto quanto o inexplicável.
O inexplicável que cruza a mente de cada um deles, que os leva a dizer e a pensar o que dizem e pensam, embora nem sempre digam o que pensam ou pensem no que dizem...
O inexplicável que os leva sempre aos mesmos lugares juntos.
O inexplicável que os obriga a relembrar cada momento.
O absurdo que os leva a pensar em todos os instantes e a eternizá-los em palavras que jamais poderão explicar o real significado desses instantes.
domingo, 24 de outubro de 2010
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