sexta-feira, 15 de outubro de 2010

simples começo

- Ali! - ela falou, apontando para um risco no céu.
Ele riu com satisfação; explicou-se:
- Eu nunca tinha visto uma!
- Rá, então eu sou tua primeira! - ela disse, esboçando um sorriso, mas logo se arrependendo. Ela sempre analisava as próprias piadas. Ele achava graça.
Um silêncio pleno e agradável pousou sobre os dois. Ele aproveitou para rolar seu corpo sobre a grama, deitando virado para ela.
Estudava cuidadosamente o rosto da garota. Gostava de tudo nela. De fato, gostava até das orelhas dela! Pensou em maneiras de dizer isso, mas sentiu-se "bobo. E piegas!". Aliás, sentiu-se piegas por ter pensado na palavra "piegas".
Ela agora olhava para ele também, o rosto virado para o seu lado; o corpo hesitante entre virar para o dele ou não.
Sem perceber, se aproximavam. Os olhos dela eram tudo que ele podia enxergar. Podia jurar que sentia o coração dela bater, junto com o seu. Sentia o cheiro da respiração dela - o aroma mais íntimo que há.
Fechou os olhos e soube: começou ali.

Um comentário:

  1. Engraçado como você consegue captar tantas coisas em textos breves. Gostei bastante desse!

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