- É, então, acho que não chega a ser um problema, não foi nada sério mesmo... - ela disse, tentando acreditar em cada palavra que dizia.
Ele engoliu em seco. Virou para o lado oposto, evitando os olhos dela:
- É, suponho que não. Acho que vai ser tranquilo mesmo... E eu entendo que tu tenha decidido as coisas assim. Não gosto, mas entendo.
Ela balançou a cabeça, um pouco em concordância, mas mais em agradecimento por ele fingir que entendia.
Passaram segundos, talvez minutos - mas na cabeça dos dois foram horas em silêncio. Por fim, ele olhou para o relógio, fez cara de "mas já?!" e disse em um tom conciliador:
- Olha, desculpa, eu tô realmente atrasado...
- Não, eu entendo, eu entendo. Vai lá.
Ele deu um beijinho desajeitado na bochecha dela e saiu marchando, pensando em um milhão de coisas que poderia ter dito para fazê-la mudar de idéia. Não sabia bem o que acontecera entre eles, não sabia bem o que aconteceria de agora em diante e não sabia nem para o que fingia estar atrasado afinal...
Ela ficou ali parada mais alguns instantes; secou com a manga da blusa um dos olhos que insistia em lacrimejar, jogou a mochila por cima do ombro direito e saiu caminhando no sentido contrário. Pensava no que ele havia significado para ela, e no que ela acabara de impedir que ele significasse. Resignou-se a não se arrepender.
E assim seguiram em direções opostas, sem sequer saber o que foram, o que perderam e o que poderiam ter sido.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Que triste esse post. Me faz desacreditar no amor. Espero que não te faça sentir assim também.
ResponderExcluir"Love? Love?
ResponderExcluirAbove all things,
I believe in love.
Love is like oxygen!
Love is a many-splendored thing;
Love lifts us up where we belong.
All you need is love!"
e é assim que sempre será.
I'm happy for you.
ResponderExcluirEspero que encontre ele muitas vezes mais.
Somos criaturas tão estranhas. Passamos a vida procurando a felicidade que quando ela nos procura ou nós a achamos simplesmente fugimos ou a evitamos. Nas verdade,não somos estranhos, acho que somos humanos.
ResponderExcluirAi.
ResponderExcluir